854 - ÁLVARO

Seria no Cracks de Lamego que a Académica descobriria um dos melhores laterais-esquerdos do futebol português. Rápido, forte fisicamente e com uma resistência impressionante, Álvaro, em simultâneo com os treinos pelo plantel sénior, passaria a integrar as camadas jovens do emblema conimbricense. Todavia, essa fase de adaptação duraria apenas um ano. Logo na campanha seguinte, a de 1979/80, os seus atributos levá-lo-iam a transformar-se num dos atletas mais utilizados pelos “Estudantes”.
Mesmo tendo conseguido estrear-se na categoria principal após a despromoção da equipa à 2ª divisão, a facilidade com que conseguiria impor-se haveria de impressionar muita gente. O regresso da equipa ao escalão maior do nosso futebol, em nada alteraria o seu lugar como titular. Esse estatuto, resultado de excelsas exibições, levariam a que um dos “3 grandes” equacionasse a sua contratação. A transferência aconteceria no Verão de 1981 e, com a mudança, o Benfica tornar-se-ia no emblema mais representativo da sua carreira.
Foi quase uma década de “Águia” ao peito. Essas 9 temporadas, para além de o transformarem num dos favoritos da massa adepta, acabariam por rechear o seu palmarés. 4 Campeonatos, 4 Taças de Portugal e 2 Supertaças são os números da sua passagem pela “Luz”. Claro está, há que não esquecer as “aventuras” europeias. Nas competições continentais, apesar de nunca ter tido o prazer de levantar qualquer troféu, é inegável o seu orgulho em ter ajudado o clube a atingir 3 finais. A Taça UEFA de 1982/83, e as Taças dos Clubes Campeões Europeus de 1987/88 e 1989/90 acabariam também por fazer parte do seu percurso profissional.
Seria também ao serviço do Benfica que Álvaro conseguiria a primeira chamada à principal selecção portuguesa. Esse particular frente à Bulgária, disputado em Dezembro de 1981, transformar-se-ia no primeiro passo de um percurso que, no total, contaria com duas dezenas de internacionalizações. Essa caminhada com a “camisola das quinas”, levaria o defesa a participar nos mais prestigiados certames para equipas nacionais. Primeiro pela mão da Comissão Técnica composta por Fernando Cabrita, Toni, José Augusto e António Morais e, dois anos depois, sob o comando de José Torres, o lateral veria o seu nome incluído no grupo de atletas a disputar, respectivamente, o Euro 84 e o Mundial de 1986.
A última fase da sua carreira de futebolista aconteceria com a saída do Benfica. Numa altura em que já estava relegado para um plano secundário, o convite do Estrela da Amadora faria com que o atleta deixasse a “Luz”. Já depois de ter participado na estreia dos da Linha de Sintra nas competições europeias, Álvaro, de volta aos escalões secundários, ainda representaria o Leixões por duas temporadas. Após esse período em Matosinhos, o defesa decide ser a altura certa para deixar os campos e passar a dedicar-se a outras tarefas.
Tendo começado como treinador no Lusitânia de Lourosa, isto na temporada logo após ter deixado os relvados (1994/95), o currículo de Álvaro Magalhães tem crescido ao longo dos anos. Com passagens por diferentes clubes, muitas delas na 1ª divisão portuguesa, o momento mais alto da sua carreira como técnico aconteceria em Angola. Em 2010, ao serviço do Interclube, o antigo internacional luso conseguiria levar “Os Polícias” à vitória no “Girabola”.
Paralelamente ao seu percurso nos “bancos”, Álvaro tem vindo a destacar-se como comentador desportivo. Nessas tarefas, realce para a sua participação em programs televisivos da CMTV.

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