687 - CÉSAR DE MATOS

Foi, sem sombra de dúvida, um dos grandes ídolos do futebol “luso”, entre os anos 20 e os anos 30. Já no Belenenses, a sua história é ainda de maior importância, sendo, ainda nos dias que correm, um dos jogadores com mais internacionalizações, na história do clube.
Ora, depois deste pequeno parágrafo introdutório, que mais haverá para dizer sobre César de Matos? Bem, nesse bastante, e naquelas que viriam a ser as décadas seguintes à fundação do clube da “Cruz de Cristo”, o antigo médio constituir-se-ia como um dos pilares do sucesso do Belenenses. Nesse sentido, e tendo os de “Azul” vencido o Campeonato de Portugal nas temporadas de 1926/27, 1928/29 e 1932/33, se houve, entre outras coisas, algo de comum a esses três títulos, então, o nome de César de Matos foi uma delas.
Sendo um jogador aguerrido, ágil e atlético, características que o levariam a ser apelidado como o “médio voador”, César de Matos era um dos esteios nas manobras de Artur José Pereira. A rapidez com que haveria de conseguir impor-se no plantel principal, levá-lo-iam, logo no primeiro ano a trabalhar com a dita categoria, a ser visto como um bom elemento para integrar os planos da selecção.
A sua estreia com a “Camisola das Quinas”, pela mão do seleccionador Ribeiro dos Reis, aconteceria a 17 de Maio de 1925. Essa partida frente à Espanha, acabaria por marcar o início de uma relação que, muito mais rica do que o normal para a época, traduzir-se-ia em 8 anos de ligação e 17 internacionalizações. Por entre essas chamadas, grande maioria para contendas “amigáveis”, a presença naquela que era a maior competição para selecções.
Sem Mundial ou Europeu para disputar, os Jogos Olímpicos afiguravam-se como o grande certame para as equipas nacionais. Tendo isto em mente, e na hora de organizar a lista dos que haveriam de marcar presença no certame disputado em Amesterdão, a mão de Cândido de Oliveira, por certo, não terá tremido no momento de inscrever o nome de César de Matos. A presença do atleta acabaria por ficar registada, traduzindo a sua importância no seio do grupo, em todos os jogos do nosso país. Portugal apenas chegaria aos quartos-de-final da competição. Ainda assim, e nesse longínquo ano de 1928, a comitiva, já no seu regresso, seria recebida com grandes louvores. César de Matos seria um dos mais acarinhados, momento que serviria, ainda mais, para elevar o seu estatuto de estrela do desporto português.
A primeira época do Campeonato da Liga (1934/35) marcaria o fim da carreira de César de Matos. Numa vida de futebolista, antagónica àquilo que hoje temos como certa, o centrocampista haveria de conciliar aquele que era um mero entretém, com a sua profissão de Torneiro Mecânico. Ainda assim, nesses tempos de “amadorismo”, o jogador conseguiu, fruto da sua paixão pela modalidade, acumular um incrível rol de conquistas. Para além do que aqui já foi referido, ainda falta listar 4 Campeonatos de Lisboa e várias presenças com a camisola da selecção regional “alfacinha”.

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