619 - ALEXANDRE

"O meu clube sempre foi o Varzim... as pessoas acham estranho eu não ter nenhum clube dos chamados grandes, mas é verdade. Para mim o futebol é o Varzim (...) é mais do que um clube... o Varzim é a minha vida (...) não seria feliz se jogasse noutro clube"*. – Poderia não escrever mais nada acerca deste jogador e, por certo, estava feita uma rigorosa biografia daquele que foi um dos últimos grandes símbolos do Varzim Sport Clube.
A dedicação que pôs dentro de campo, não se traduz (apenas) pelo número de anos em que envergou as cores varzinistas. Muito para além do que são as inquestionáveis (mais de) duas décadas e meias a jogar pelos poveiros há toda a uma postura. Encarnando todas os apanágios daqueles que diariamente enfrentam as batalhas do mar, Alexandre foi sempre um lutador. De entre todas as batalhas que travaria pelo seu Varzim, houve uma que ficou famosa! Lembram-se de: “Deixem jogar o Mantorras!”??? Pois é, essa frase proferida por Luís Filipe Vieira, no rescaldo de um Varzim x Benfica de 2001/02, haveria de pôr nas bocas do mundo o central varzinista. Talvez, tenha havido um pouco de exagero na maneira como o Presidente das “Águias” criticou a maneira de actuar do defesa. No entanto, Alexandre era isso mesmo… um batalhador; alguém que, muito para além de construir, estava em campo para impedir os assaltos adversários à sua baliza. Sem dúvida, Alexandre era contundente na hora de o fazer.
A época acima referida e a que daí se seguiria, marcariam a última presença do Varzim no escalão primodivisionário. Como é lógico, a despromoção sofrida pelo clube no final da época de 2002/03, levaria a que Alexandre nunca mais voltasse a pisar um relvado, naquela que é a mais importante competição futebolística nacional. Podê-lo-ia ter voltado a fazer? Claro que sim! Contudo, aquilo que para todos faria sentido, na mente de Alexandre equacionar-se-ia como uma ideia surrealista. Deixar o seu Varzim, para representar outro emblema de maior monta, muito mais do que ambição, na sua ideia, desenhar-se-ia com um disparate.
Eventualmente, e numa altura em que, já há muito, envergava a responsabilidade de uma braçadeira de capitão, acabaria por fazê-lo. A saída, como que adiar o incontornável fim de uma carreira, seria para o Esposende. Nesse mesmo emblema, faria a transição para outras tarefas. Como treinador, na temporada de 2011/12 daria os seus primeiros passos. Contudo, a paixão pelo Varzim fá-lo-ia regressar àquela que sempre foi a sua casa. Perto daqueles que tanto o admiram, Alexandre, excepção feita a uma curta passagem pelo banco de suplentes, tem abraçado as funções de Coordenador Técnico.


*Retirado da entrevista à Reporttv, a 16 de Abril de 2009

Sem comentários: