576 - EDMILSON

Depois de, no Brasil, ter dado os primeiros passos em clubes pequenos, Edmilson veria uma oportunidade surgir-lhe de Portugal. Contudo, o que poucos devem saber, é que o Matsubara, emblema de onde seria contratado, é conhecido pela qualidade da sua formação. Quem não andava distraído desta realidade, era Paulo Autuori, que, para a temporada de 1988/89, traria o atacante para o Nacional.
Na Madeira, a vida do atleta não foi fácil. Com 20 anos apenas, e tapado por jogadores mais experientes, Edmilson acabaria vetado ao banco dos suplentes. Ainda assim, esses dois primeiros anos, e sempre a jogar na Primeira Divisão, seriam suficientes para constatar que a maneira como se movia na área, a habilidade que demonstrava com a bola nos pés ou os golos que ia marcando, eram predicados de um promissor avançado.
Já o Verão de 1991, e depois de asseveradas as suas qualidades, serviria para uma mudança de rumo na carreira de Edmilson. Com os "Alvi-Negros" recém-despromovidos ao segundo escalão e com Paulo Autuori, desta feita, a assumir as rédeas do Marítimo, o avançado decide assinar pelos grandes rivais do Nacional.
Apesar da polémica transferência, a mudança haveria de ser a mais acertada para o jogador. É que por esta altura, início dos anos 90, já os "Verde-Rubros" eram "habitués" do nosso maior escalão. Esta estabilização, levaria a que novas metas fossem idealizadas pelos responsáveis directivos do clube.
O novo passo a dar, era, por lógica, a disputa de um lugar nas competições internacionais. Neste contexto, Edmilson, consagrado como um dos titulares do ataque maritimista, assumia-se como um dos elementos mais importantes no cumprir deste objectivo. E se esta era a perspectiva, a realidade acabaria por não se distanciar muito deste cenário.
Ora, após um 5º posto na campanha anterior, as provas europeias seriam alcançadas na temporada de 1993/94. Por má sorte, e já depois da estreia na Taça UEFA, Edmilson acabaria por perder algum peso na equipa. Assolado por algumas lesões, a constância exibicional do atleta decairia bastante. Felizmente, a duração deste período menos bom, seria de curta duração.
O regresso à boa forma, daria a Edmilson o orgulho de poder participar em mais uma das páginas históricas dos funchalenses. Preferencialmente descaído sobre uma das alas, o dinamismo que assegurava à equipa seria, mais uma vez, um dos pilares de uma boa campanha. Desta feita internamente, a Taça de Portugal mostraria um Marítimo com grandes ambições. Já Edmilson, depois de ter ajudado a eliminar o FC Porto nas meias finais, volta a repetir a titularidade no Jamor. Só que desta vez a fortuna sorriria ao Sporting, que ao vencer por 2-0, impediria os insulares de celebrar a conquista do troféu.
O capítulo seguinte na vida profissional de Edmilson, viria em 1997, com a transferência para o Vitória de Guimarães. No Minho, a velocidade que apresentava em campo, juntamente com a sua finta, confirmavam-no como uma das melhores aquisições para a época vindoura. A sua preponderância no seio do plantel, com o clube a participar nas competições europeias, manter-se-ia ao longo dos anos em que vestiu o branco vimaranense. Curiosamente, seria a chegada de Paulo Autuori que marcaria o fim da ligação do jogador com o clube. Não que o treinador tivesse culpa no cartório. No entanto, a redução salarial proposta ao atleta, faria com que este preferisse assinar pelo Sp. Braga.
Seria, já depois desta passagem pela “Cidade dos Arcebispos” e de uma curta estádia na Arábia Saudita (Al Hilal), que Edmilson chegaria à Coreia do Sul. No Jeonbuk Hyundai Motors, quando os seus 34 anos já faziam antever o final da carreira, o atacante revela-se como o "craque" da equipa. Vence diversas competições, incluindo a Taça das Taças asiática, e conquista um incrível rol de prémios individuais, no qual se destaca o prémio de melhor marcador do Campeonato de 2002.

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