567 - RALPH MEADE

Tendo feito percurso nas camadas jovens do Arsenal, Ralph Meade chegaria aos seniores do clube no início da década de 80. A jogar pelas "reservas", o seu poderio físico, aliado a um sentido de baliza bem apurado, faziam dele um dos melhores goleadores nesse escalão. Com o crescer do seu sucesso, esperava-se pela merecida integração na categoria principal dos "Gunners". A espaços lá ia tendo umas oportunidades, às quais ia respondendo positivamente. É, então, que uma grave lesão o atrasa, nessa corrida para ganhar um lugar na equipa. Depois de uma longa recuperação, o avançado regressa com a vontade intacta. Contudo, a força que tinha para vencer, dessa feita iria embater na forte concorrência para o sector ofensivo da equipa londrina.
Depois desses primeiros anos, em que viveria na sombra dos seus colegas atacantes (Tony Woodcock; Alan Sunderland; Niall Quinn), Ralph Meade decide aceitar a proposta do Sporting Clube de Portugal e mudar de ares. Em Lisboa, a possibilidade de um lugar garantido, também não se desenhava num fácil cenário. Desta feita, os nomes que complicavam a vida ao britânico eram, nada mais, nada menos, que os de Manuel Fernandes e Jordão. Mesmo com a forte concorrência dos internacionais portugueses, o avançado ia conquistando o seu lugar. Os golos iam aparecendo e a maneira voluntariosa como encarava cada lance, faziam com que das bancadas os aplausos surgissem em crescendo.
A jogar no centro do ataque ou, com a chegada de Keith Burkinshaw, um pouco mais descaído para as alas, Ralph Meade ia cumprindo com boas exibições. Foi, por isso, com surpresa, que os adeptos do clube leonino receberam a notícia da sua partida. Primeiro num empréstimo ao Betis de Sevilha e, já a título definitivo, nos escoceses do Dundee United, Ralph Meade afastar-se-ia do futebol português. Para trás ficava a memória de um bom jogador, de mais de 4 dezenas de golos e de um, muito especial, na goleada por 7-1, frente ao Benfica.
Quem, com certeza, também ficou com saudades destes dois anos passados no Estádio de Alvalade, foi o próprio jogador. É que a partir da sua saída, nada mais para si pareceu correr de feição. Nada, nem mesmo a passagem pelo principal escalão inglês ao serviço do Luton, conseguiria dar ânimo ao avançado. Desse modo, a sua carreira entraria numa espiral descendente, que o levaria a deambular por diversas colectividades e por um par de outros países.
Depois de ter vestido as camisolas de Ipswich, Plymouth e Brighton, ou de clubes estrangeiros como o Odense (Dinamarca) e Ernest Borel (Hong-Kong), Ralph Meade, quando já jogava nas divisões amadoras de Inglaterra, decidir-se-ia pelo seu afastamento dos relvados.

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