504 - FERNANDO MEIRA

Foi no Vitória de Guimarães, clube da sua cidade natal e, inegavelmente, o do seu coração, que Fernando Meira fez, praticamente, toda a sua formação. A passagem definitiva, em 1996/97, para a equipa principal, já depois de na temporada anterior ter sido chamado, ainda enquanto júnior, à estreia nos seniores, não foi um mar de rosas para o jovem. Forte concorrência e alguma inexperiência por parte do jogador, levá-lo-iam, nesses primeiros anos, a algum afastamento dos relvados. Como a prática é algo que qualquer aprendiz necessita, Felgueiras foi o destino encontrado para essa necessária "rodagem". Um ano após o empréstimo, Fernando Meira haveria de regressar a "casa" para, finalmente, conquistar o seu lugar no "onze" inicial. O estatuto de titular, as presenças na selecção s-21 e, como é lógico, as boas exibições que, entretanto, ia rubricando, faziam dele um alvo apetecível para outros emblemas. O primeiro a chegar a um acordo com os "vimaranenses", haveria de ser o Benfica e, deste modo, Fernando Meira mudar-se-ia para Lisboa.
Nos "Encarnados", numa altura em que ao leme de toda a instituição se encontrava João Vale e Azevedo, os resultados desportivos andavam muito aquém daquilo que era habitual. Contratações de qualidade dúbia, era uma das causas apontadas aos "encarnados" para justificar os desaires que iam sofrendo. Por essa razão, não foi muito estranho quando um coro de vozes se levantou para protestar contra a quantia, recorde nacional entre clubes da Primeira Divisão, que o emblema da "Luz" acabava de pagar pelo futebolista. No entanto, Fernando Meira, rapidamente dissiparia qualquer dúvida sobre o seu real valor. Forte fisicamente, com uma disciplina táctica impressionante e uma capacidade de desarme muito boa, o atleta tinha ainda a seu favor uma técnica bem acima da média para alguém que, preferencialmente, jogava em posições defensivas.
Ano e meio depois, já Fernando Meira tinha conquistado o coração do "Terceiro Anel". Assim, foi com pena que, em Janeiro de 2002, os adeptos benfiquistas viriam partir uma das suas poucas vedetas. O destino do internacional português era agora a Alemanha e a "Bundesliga". No Stuttgart, Fernando Meira daria continuidade ao bom trabalho que, até então, vinha a realizar. Titular e uma das grandes armas defensivas do clube, Fernando Meira era um pouco mais do que um bom jogador. Com um carácter bem vincado, um brio inabalável e uma entrega em campo que tudo isso demonstrava, faziam do defesa, ou médio, uma peça fulcral no ânimo dos seus companheiros. A prova disso mesmo veio com a entrega da braçadeira de "capitão", corria a temporada de 2006/07. Coincidência, ou não, seria nesse mesmo ano que o Stuttgart, 15 anos depois, ganharia mais um Campeonato Alemão.
Tal como para o clube, a referida vitória seria um marco muito importante para o futebolista. Aliás, seria ao serviço dos germânicos que Fernando Meira passaria os melhores anos da sua carreira. A demonstrá-lo, a par do que aqui já foi referido, estariam as presenças, ao serviço das selecções portuguesas, em grandes certames internacionais, como os Jogos Olímpicos de 2004, o Mundial de 2006 ou o Euro 2008.
Surpreendentemente, o final do último torneio referido, marcaria a sua saída do Stuttgart e a partida para Istambul. No Galatasaray acabaria por ficar apenas uma época. O suficiente para, e apesar de se ter afirmado no seio do plantel, conseguir perceber que a Turquia não era onde queria estar.
O passo seguinte e já numa fase, há que dizê-lo, descendente da sua carreira, assina pelo Zenit. Sem a preponderância de outros tempos, Fernando Meira, ao lado dos portugueses Bruno Alves e Danny, conseguiria juntar ao seu currículo mais um título.
Já depois de vencer o Campeonato Russo de 2010, o defesa muda-se para Espanha. Ainda joga a primeira metade da época de 2011/12, mas as lesões que o assolavam, nomeadamente uma que o atingia numa coxa, acabariam por ditar o fim da sua carreira.
Foi após "pendurar as chuteiras" que pôs outro projecto em marcha. Juntamente com os antigos companheiros Pedro Mendes e Nuno Assis, decide, então, fundar uma empresa que o manteria perto do futebol. A dita sociedade, para além de adquirir os direitos financeiros de atletas, procura, igualmente, gerir a carreira de novas estrelas.

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