488 - VALDIR

Depois de no Brasil ter representado o Vitória da Bahia, emblema da sua cidade natal, e, posteriormente, o Fluminense, Valdir atravessa o Atlântico em direcção a Portugal. Chega ao FC Porto para a temporada 1963/64 e na bagagem trazia a fama de ser, para além de um bom tecnicista, um homem com excelente faro para a baliza. Não enganou. Contudo, e apesar dos predicados confirmados, o atacante brasileiro parecia não conseguir impor-se como titular indiscutível, no ataque dos "Dragões". A explicação para tal, pelo menos para os que da bancada aferiam as partidas, ninguém conseguia dá-la. Já Valdir, apesar de interpolar entre o "onze inicial" e o sofá de sua casa, parecia não esmorecer e a cada partida em que era chamado a actuar, o avançado, quase sempre, fazia o "gostinho ao pé"!
Já na sua segunda época de "Azul e Branco", Valdir reafirma a sua condição de atleta de grande valor. Primeiro, frente ao Olympique Lyon, participa na primeira passagem da sua equipa numa eliminatória das competições europeias. De seguida, ainda nessa mesma temporada, consegue sagrar-se o melhor marcador da equipa no Campeonato Nacional.
Apesar dos bons números, pelo menos aqueles que ilustram os tentos por ele concretizados, Valdir continuava sem um lugar cativo na frente ofensiva. Inexplicável, dirão alguns, mas outros, como o treinador José Maria Pedroto, acabariam por reforçar esse estatuto do atleta, ao ponto do mesmo acabar como "emprestado" ao Varzim.
Após essa temporada com os da Póvoa (1967/68), Valdir regressa ao comando do "Mestre". Continua sem conseguir segurar o lugar. Mas, ainda assim, nessa época acaba por vencer o seu primeiro troféu, a Taça de Portugal de 1967/68.
Dispensado do FC Porto, Valdir volta ao Varzim. As boas prestações continuam, no entanto os golos pareciam querer começar a escassear. Perda de habilidade???!!! Não!!! Apenas uma mudança de posição no terreno de jogo! Essa mesma alteração da sua maneira de actuar, ficaria sublinhada com a sua transferência para o Farense. Na capital algarvia, Valdir passaria a actuar como médio, onde a sua excelente capacidade técnica, acabaria por se tornar essencial no municiamento dos seus companheiros de ataque.
Já com 32 anos de idade, Valdir começa uma nova fase na sua carreira de profissional. Nesta, começa a vogar por emblemas de escalões inferiores, acabando por vestir as camisolas do Silves, Esperança de Lagos, Salgueiros e Lusitano VRSA. Afastado dos grandes palcos futebolísticos, Valdir continuaria a escrever o seu nome na história dos emblemas por onde passou. Por exemplo, como a grande estrela da primeira subida do Esperança de Lagos à Segunda Divisão ou, ainda, como treinador/jogador do Lusitano VRSA.

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