460 - EDEVALDO


Ainda com tenra idade decidiu deixar para trás a sua terra natal para, no Rio de Janeiro, tentar a sorte no futebol. Abriram-se-lhe as portas do Fluminense. Como todos ainda hoje reconhecem, Edevaldo sempre soube honrar as cores do clube que o acolheu. Fê-lo da melhor maneira, da maneira que acabou por o caracterizar tanto na vida, como no desporto - “Treinava até a exaustão. Nos testes físicos era sempre o primeiro. Corria muito, chutava forte, soltava só petardo”. Foi assim que ganhou a alcunha de "Cavalo"; foi, igualmente, pela sua força física e pela vontade que sempre mostrou em superar-se que, em 1977, chegou à primeira categoria do emblema carioca. Apesar de apreciado pela sua capacidade de trabalho, de todo o seu sacrifício, Edevaldo, que ocupava a lateral direita, nunca haveria de se conseguir impor como titular indiscutível.
Transferiu-se para Sul, e foi já no Internacional de Porto Alegre que começou a destacar-se como um dos melhores defesas do "Brasileirão". Como prémio, Telê Santana haveria de juntar o seu nome ao rol de convocados para o Mundial de 1982. Em Espanha seria suplente de Leandro, mas, ainda assim, entraria em campo na segunda fase de grupos, na partida frente à Argentina.
Apesar do sucesso que, até então, já tinha alcançado, haveria de ser com a sua transferência para o Vasco da Gama que Edevaldo atingiria, provavelmente, o pico da sua carreira. É certo que lhe faltaram os troféus, no entanto, seriam as suas prestações pelo emblema fundado por portugueses que lhe valeriam o bilhete para jogar na Europa... precisamente em Portugal. Deste lado do Atlântico, num FC Porto que, no ano seguinte à sua chegada conquistaria a Taça dos Campeões Europeus, Edevaldo não conseguiria atingir o sucesso que dele era esperado. Por outro lado haveria de conquistar o único título nacional da sua carreira, já que nessa temporada de 1985/86, os "Dragões" conquistariam o Campeonato.
Acabou por regressar ao Brasil, onde deu seguimento à sua carreira. Tal como mostrara nos primeiros anos como atleta, a frescura física manteve-se como a sua principal imagem de marca. Durante tantos anos assim foi que, quando se decidiu pelo fim, Edevaldo já passava dos 40 anos de idade. Contudo, o fim da sua carreira enquanto jogador, não determinou o seu afastamento da modalidade que praticou com tanta paixão. Fundou uma escola de futebol em Jacarepaguá, bairro do Rio de Janeiro, e tem sido um dos esteios da formação do Fluminense, onde tem ajudado na formação de homens e de novos futebolistas.

Sem comentários: