448 - FILIPE

Dos que fizeram parte do grupo campeão do mundo na Arábia Saudita, já aqui falamos de um jogador cuja sua origem não remonta a nenhum dos ditos "3 grandes". Tal como Tozé, também Filipe começou por furar essa barreira, essa dificuldade que é estar presente nas selecções, sem pertencer a uma das principais montras do futebol português. Ainda assim, conseguiu viver de uma sorte um pouco diferente da do antigo capitão que, em 1989, ergueu a já referida taça. Depois do título mundial conseguido pelos s-20 de Portugal, o Sporting decide apostar nele para a temporada de 1989/90. Os "Leões" acabavam de entrar na era Sousa Cintra e Filipe, que assim deixava o Torreense, tornar-se-ia numa das primeiras contratações do antigo presidente Leonino.
Numa equipa cheia de craques, há algo que qualquer treinador gosta de ter, isto é, "músculo". Foi isso mesmo que o médio veio trazer a Alvalade; foi isso que sempre o caracterizou; foi essa a sua maior força. Por essa razão, logo na sua segunda época de "verde e branco", começa por merecer a titularidade. A raça que mostrava em campo, aquela sua típica disponibilidade, facilmente conquistava os treinadores. Marinho Peres e Sir Bobby Robson sempre mostraram todo o gosto que tinham pelo jogador, dando-lhe, por isso, a confiança de um lugar no "onze" inicial. Acima disto tudo, se é que ser titular no Sporting pode ser tido como pouco, vieram as convocatórias para a selecção principal. Somou 3, o que até era um bom prenuncio para sua carreira. Contudo, as lesões, desde muito cedo, começaram a atormentar o jovem futebolista. Afastaram-no, já com Carlos Queiroz ao leme do Sporting, da equipa e, a bem da verdade, conjuntamente com um feitio um tanto ao quanto irreverente, deixaram-no à margem de uma carreira que poderia ter sido substancialmente maior.
Em 1996/97 deixa Lisboa. Não sai de mãos a abanar, já que na bagagem levava uma Taça de Portugal (1994/95) e uma Supertaça (1995/96). Mas desde a sua partida para o Marítimo que a sua carreira toma os contornos da de um profissional nómada. Daí em diante, quase todos os Verões eram para Filipe sinónimo de nova morada. Passou então pelo Vitória de Guimarães, Desportivo de Chaves, Naval, acabando por mergulhar, apenas com 30 anos, nos escalões ditos amadores.
Após o Atlético, surge na sua vida o Mafra. Muito para além de por aí ter pendurado as botas, o clube saloio haveria de marcar um ponto de viragem para Filipe. Um convite da direcção, leva-o a trocar os relvados pelo comando técnico. No "banco", depois de já ter estado ligado ao Sporting, onde fez parte do plano de cooperação que os "Leões" assinaram com o Real de Massamá, o antigo internacional "luso", chegou a tomar as rédeas dos destinos das selecções jovens nacionais, cargo que, entretanto, abandonaria.

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